sábado, 26 de fevereiro de 2011
Michael Moore crea High School Newspaper, un espacio de periodismo ciudadano para estudiantes
Por Jacinto Lajas
Los estudiantes han formado históricamente un colectivo destacado en los movimientos sociales y de contestación política, en cualquier lugar del planeta. Un protagonismo que estos días se está haciendo más visible y evidente en las revoluciones surgidas en diversos países del Magreb y Oriente Medio, pero que no sólo se da en esas regiones. En Madison, capital del estado de Wisconsin, en Estados Unidos, también están dejando oír su voz.
En este caso -y junto a los trabajadores-, los estudiantes se están movilizando en respuesta a una ley impulsada por el gobernador republicano Scott Walker que, además de recortar los salarios a los empleados públicos, atenta directamente contra los sindicatos, eliminando su derecho a negociar colectivamente. Una ley contra la que los estudiantes se manifiestan por cuanto afecta directamente a sus profesores.
Ambos escenarios, aunque muy alejados entre sí -no sólo geográficamente-, han servido de inspiración a Michael Moore para lanzar una iniciativa, High School Newspaper, que sirva de altavoz para las ideas y opiniones de la juventud estadounidense. Él mismo lo explica en su blog:
Justo ahora, estamos viviendo un momento increíble de la historia. Y este momento se está dando porque la juventud, por todo el mundo, ha decidido que ya es suficiente. Los jóvenes se están rebelando -y ya era hora. Vosotros, los estudiantes y jóvenes desde El Cairo, Egipto, a Madison, Wisconsin, os estáis levantando, tomando la calle, organizando, protestando y negándoos a moveros hasta que vuestras voces sean escuchadas. ¡Jodidamente increíble! Esto ha hecho que a los poderosos se les caigan los pantalones del susto, los adultos que estaban convencidos de haber hecho un trabajo estupendo tratando de idiotizaros y distraeros con tonterías inútiles para que os sintiérais impotentes, tan sólo otro eslabón en la cadena, otro ladrillo en la pared.
[...] A pesar de la diferencia de edad que me separa de vosotros, los recientes sucesos me han motivado y me gustaría aportar mi granito de arena y echar una mano. He decidido dejar parte de mi website a los estudiantes de secundaria para que ellos -tú- tengan la oportunidad de llevar su palabra a millones de personas. Durante mucho tiempo me he preguntado cómo es que que no podemos escuchar las verdaderas voces de los jóvenes en los medios. ¿Por qué vuestra voz vale menos que la de un adulto?
No hace falta presentar a Michael Moore, ni explicar el tono de su discurso a la hora de contar las motivaciones y propósitos de High School Newspaper. Un tono coincidente con el espíritu de rebeldía e irreverencia ante el poder que espera de los jóvenes que colaboren con sus aportaciones.
Para ello, ofrece a los jóvenes un espacio de publicación libre de censuras, donde puedan publicar aquello que deseen manifestar de una forma abierta. O, como dice explicitamente, donde puedan dar a conocer “esos articulos que habéis intentado publicar en vuestra escuela pero han sido rechazados”.
No obstante, no todas las aportaciones serán publicadas sin más. En sintonía con el grupo de edad de los colaboradores, la sobrina de Moore, Molly -de 17 años- será la editora del sitio durante los primeros seis meses de su existencia. Ella será la receptora de todas las noticias e ideas enviadas por los jóvenes, de entre las que se seleccionarán las mejores para ser publicadas.
Fiel a su estilo, Moore termina el post de presentación de esta iniciativa con una postdata entre irónica y provocadora:
Si estás leyendo esto y no estás en el instituto (high school en el original), por favor dedica un momento a comunicárselo a todos los estudiantes que conozcas.
FIM
Extraído do site Periodismo Ciudadano
http://www.periodismociudadano.com/2011/02/26/michael-moore-crea-high-school-newspaper-un-espacio-de-periodismo-ciudadano-para-estudiantes/
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
"Suicídio" do PCI abriu as portas para o berlusconismo
Em entrevista ao Portal Vermelho, Fabio Amato, secretário de Relações Internacionais do Partido da Refundação Comunista da Itália discorre sobre a dissolução do Partido Comunista Italiano (PCI) em 1991, o maior partido comunista fora do poder no mundo, argumentando que esse evento propiciou o tempo e o espaço para a tomada do poder pela direita e pelo neoliberalismo. A falta do tipo de oposição que o PCI exercia acabou abrindo espaço para a atual crise política, social e econômica do país.
"Um partido com um eleitorado de 30% dos votos tem muito poder no país. Essa parte pragmática é vitoriosa diante daqueles que viam o partido como um instrumento de mudança. Foi isso o que aconteceu com o PCI" comenta Amato.
O PCI transformou-se no Partido Democrático da Esquerda, PDS em italiano. Amato explica que "o PDS, agora, transformou-se no Partido Democrático e está longe de ser de esquerda, é objeto de uma contínua renegação ideológica".
Leia a seguir a íntegra da entrevista:
Como a Refundação Comunista vê a crise política que a Itália atravessa?
"O que ocorre na Itália hoje é um sinal da decadência do país. A Itália vive o fim de um ciclo político. As notícias sobre Silvio Berlusconi camuflam o principal, de que a crise é, além de política, econômica e social. A grosso modo, podemos dizer que passamos por um período semelhante ao da decadência do Império Romano.
Consideramos que razão da permanência de Berlusconi no poder é que a Itália está sob a iminência de um ataque do capital especulativo, já que possui uma das dívidas internas mais altas do mundo, atingindo 112% do PIB.
O poder real, o capital financeiro, não quer antecipar as eleições porque isso poderia antecipar também esse ataque. O país está na iminência de outra fratura política, os dois blocos que se constituíram no poder político nos últimos 20 anos estão cada vez mais polarizados.
Berlusconi tem perdido aliados, como Gianfranco Finni, que se apresenta como uma direita de face mais "apresentável" no exterior, uma direita atlantista. Mas Berlusconi é bastante apreciado pelo imperialismo por ter auxiliado a ocupação do Afeganistão, por ser o maior aliado do sionismo na Europa.
Berlusconi construiu uma base social de apoio importante, que tem traços na classe média, em setores do operariado. Portanto é preciso ver essa crise pelo ponto de vista da luta de classes.
Nos últimos 20 anos a Itália tem se destacado pela cada vez maior desigualdade social. Dentro da União Europeia, é a que apresenta a maior desigualdade, onde 10% das famílias do país se apoderam de 50% das riquezas nacionais.
Que aconteceu com o PCI?
Neste ano comemoramos os 90 anos da Fundação do Partido Comunista Italiano, assim como os 20 anos da sua dissolução. Também comemoramos os 20 anos da criação do Partido da Refundação Comunista. Esse é um tema de discussão muito amplo, muito complicado. Pode-se dizer que foi um suicídio político.
O PCI, chefiado por um grupo eleito no fim dos anos 90, em um excesso de taticismo achou que a mudança de nome garantiria sua existência, diante da dissolução da URSS e do fim do Muro de Berlim. No fundo, a mudança de nome é uma mudança de caráter social e ideológico, e as bases do partido acreditaram que a mudança foi em razão da contrarrevolução que assolou o mundo naquela época.
De imediato, 500 mil militantes deixam o partido. Eles não migraram nem para o PDS nem para a Refundação Comunista. Simplesmente deixaram a militância. A mudança não é só tática, é estratégica. O PDS se converte em um partido social-liberal. Converte-se em um partido para ganhar as eleições, não mais para mudar o quadro social.
Depois de 1996, quando chega ao poder, abraça o neoliberalismo. A maior responsabilidade pela dissolução é do grupo dirigente. Para alguns, não era uma mudança para a direita, mas para uma premissa ideológica eclética e pela instância do poder.
Um partido com um eleitorado de 30% dos votos tem muito poder no país. O pragmatismo saiu-se vitorioso diante daqueles que viam o partido como um instrumento de mudança. Foi o que aconteceu com o PCI. O PDS agora transformou-se no Partido Democrático e está longe de ser de esquerda, é objeto de uma contínua renegação ideológica.
Naquela época, o grupo dirigente do PCI, liderado por Massimo D'Alema e Walter Veltroni, destruiu uma força democrática que garantia um país democrático, abrindo as portas ao que se pode chamar de berlusconismo e à crise politica que vive o país. Esse grupo dispendeu um patrimônio histórico e político muito grande, incomensurável.
E a situação da esquerda na Itália, o que pode dizer do fracasso eleitoral sofrido pelas forças progressistas nas últimas eleições?
Em 2006 tinhamos 12% dos votos, um ano e meio depois, em 2008, perdemos 6% deles. A base do desastre político foi a derrota política no governo.
A experiência da participação da Refundação Comunista no governo foi muito ruim, a expectativa das pessoas não foi satisfeita. A co-relação de forças não era a que esperávamos. Foi um erro estratégico o governo de 2006. A criação do PD, uma eleição antecipada para a qual não estávamos preparados e o grupo dirigente anterior da Refundação provoca a aceleração da construção de um bloco de esquerda, chamado A Esquerda Arco-Íris, que se situa fora do centro-esquerda. Isso provocou uma fuga de votos por todos os lados.
Mas também há uma contingência. Quando há uma eleição, o humor dos eleitores varia de diversos modos e, na época, a antiga direção cometeu todos os erros políticos possíveis. Políticos, táticos, de marketing eleitoral, de campanha, simbólicos.
E o que se pode dizer do momento atual da esquerda? Há perspectivas de uma unidade dos comunistas na Itália?
Queremos construir uma força de esquerda onde estejam os comunistas, que seja autônoma, independente, que não dependa de outros partidos, mas que também faça alianças.
O ponto que defendemos, para a Itália e para a Europa, é uma saída para o neoliberalismo. O que está matando o projeto da Europa, fora as questões do imperialismo, é permanecer fiel ao neoliberalismo.
Participamos da criação da Federação de Esquerda, que é a construção de um ator político, não só de um partido eleitoral, de um sujeito político. O problema agora é reconstruir nosso partido, sua credibilidade, sua capacidade de luta social, de participar nos movimentos sociais.
Não creio que uma questão organizativa vá resolver. A reunificação é um processo. O problema agora é reunir todas as forças, respeitando as entidades, a história e a identidades de todas as agremiações. Não podemos apressar o processo de modo a dividir as forças mais adiante.
Temos os exemplos de outros países, como a Frente Ampla do Uruguai, a Esquerda Unida da Espanha, a Frente de Esquerda da Índia, onde os comunistas trabalham e lutam juntos, mas ainda estão desenvolvendo suas próprias forças.
O importante agora é construir uma presença social, consolidar a unidade que conseguimos, sem pressa, porque dividir-se é muito simples, muito rápido. Reunificar-se para dividir-se pouco depois não faz sentido.
FIM
Extraído do site Portal Vermelho:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=148272&id_secao=9
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
A receita de um (bom) jornal
Por Lilia Diniz em 16/2/2011
O terceiro episódio da série do Observatório da Imprensa gravada na Espanha teve como tema um dos jornais mais importantes do mundo, o El País. O programa, exibido na terça-feira (15/2) pela TV Brasil, entrevistou profissionais que trabalham no diário espanhol e mostrou as opiniões de jornalistas brasileiros.
Criado por um grupo de empresários e jornalistas em maio de 1976, após a morte do ditador Francisco Franco, El País hoje é um dos símbolos da Espanha moderna. Marco da transição para a democracia, o diário de centro-esquerda desde os primeiros números se pautou pela defesa das liberdades e o apoio às mudanças políticas e sociais na Espanha pós-Franco. Atualmente, a tiragem média diária do jornal gira em torno de 390 mil exemplares, é distribuído em diversos países e conta com um time de colunistas de primeira linha.
Na abertura do programa, Alberto Dines comentou que o El País é um jornal relativamente jovem que conseguiu imprimir uma grande harmonia da primeira à última página. "Tudo tem uma coerência. Qual é a química que fez este processo?", perguntou a Javier Moreno, diretor de Redação do jornal há cinco anos. Na avaliação de Moreno, a redação é a principal responsável por este entrosamento: os jornalistas baseados na sede e nas diversas sucursais espalhadas pelo país, os escritores, analistas e intelectuais na Espanha e na América Latina envolvidos nesta "aventura" jornalística.
"Um jornal não é o papel, um jornal não são as fotos, um jornal não é nada além da Redação – o grupo de jornalistas que compõe o núcleo intelectual de uma máquina de produzir informação como é um jornal. E é um grupo que compartilha um olhar com a sociedade a que se dirige", disse.
Este olhar não é estático, se renova a cada mudança na História. Ao longo desses 34 anos, a direção e o corpo de jornalistas transmitem a cultura e os valores da publicação às novas gerações que chegam ao jornal. "Manter esta continuidade, esta cultura, é muito importante", disse o diretor do diário.
Parte das normas está escrita no Manual de Redação e no Livro de Estilo, enquanto outras são "assumidas pelo coletivo" e transmitidas aos iniciantes por pequenos sinais. Um deles é a frase "Isto não é El País", dita aos mais jovens quando estes produzem algum material dissonante da linha do jornal.
Javier Moreno lembrou a resposta que o escritor norte-americano Henry Miller dava a quem perguntava o que era um bom jornal: "Um bom jornal é a nação dialogando consigo mesma".
Politizado e independente
Moreno disse que a linha editorial do jornal tem coincidido com as propostas de centro-esquerda, mas sublinhou que El País não é uma publicação partidária. "O jornal não só dá vez aos intelectuais, aos pensadores e aos escritores das mais variadas ideologias, como também tem defendido sempre um modelo de progresso e de modernidade para a Espanha, que eu acho que tem ido à frente da própria sociedade espanhola", destacou.
Moreno explicou que o projeto do jornal é autônomo e inclui outros elementos além da política, como uma visão humanista e um olhar amplo sobre o papel da cultura no progresso da sociedade.
Dines comentou que, em seu ponto de vista, a solução para a empresa jornalística moderna é ser mais completa do que produzir apenas um produto impresso ou da web. É produzir idéias.
Moreno completou que o jornalista não pode se limitar apenas a reproduzir os fatos. "Por isso, El País sempre conferiu tanta importância à cultura. Sempre abriu suas páginas específicas no diário e em suplementos como ‘Babelia’ aos escritores, aos intelectuais, à reflexão, à ação no mundo do espanhol.
E isso, naturalmente, e desde o princípio, tem significado Espanha e tem significado América Latina. Os principais escritores latino-americanos, desde Vargas Llosa a García Márquez, todos foram jornalistas e todos eles escreveram no El País. El País sempre foi, para eles, a porta aberta às sociedades de ambos os lados do Atlântico", afirmou.
Moreno explicou que El País considera o jornalismo como um ofício e, por isso, defende a formação de cinco anos em ensino superior. "É um ofício que se aprende com seu exercício e, a partir dessa convicção e da comprovação empírica de que as universidades espanholas há 25 anos não proporcionavam a suficiente qualidade aos estudos de jornalismo, decidimos fundar uma escola própria de jornalismo em colaboração com a Universidade Autônoma de Madri", disse Moreno.
A universidade funciona dentro das instalações do jornal e os professores do curso não são teóricos do jornalismo, mas os próprios jornalistas do El País. "Os alunos trabalham com o material que circula nas redações do El País em tempo real e elaboram produtos jornalísticos – jornais, programas de rádio, revistas – em tempo real, com o material próprio e das agências de que dispõe o jornal. E, naturalmente, lá se aprende não só algumas técnicas, não somente o ofício. Se aprende valores, uma maneira de abordar o ofício, e uma maneira de olhar para a sociedade", disse.
Referência na transição
Alfredo Relaño Estapé, diretor do diário esportivo ÁS, também editado pelo Grupo Prisa, destacou que El País "tomou para si" o papel de explicar à sociedade valores que vieram à tona após o fim do regime franquista.
"Não sabíamos se era bom ou não divorciar-se, se podíamos publicar livros em catalão, se podiam existir comunistas, se eram demônios. Era quase um manual de instruções para a democracia", lembrou. Em tom de brincadeira, recordou que algumas pessoas liam os editoriais do El País para descobrir o que pensar sobre determinado assunto. Estapé avalia que a influência que o jornal alcançou naquele período "foi enorme".
Cerca de um ano após o lançamento, El País viveu uma situação inusitada. Um grupo terrorista de esquerda seqüestrou um grande financista e um general e usava o jornal para comunicar-se com a polícia. Os seqüestradores deixavam mensagens em locais públicos e avisavam à redação.
Relaño Estapé contou que a situação tornou-se insustentável para o então diretor do jornal, Juan Luis Cebrián, hoje CEO do Grupo Prisa. "A Guarda Civil revistou a casa dele porque pensava que era o próprio diretor do El País que os tinha sequestrado e que, como em um filme americano, tinha feito isso para aumentar as vendas", lembrou.
Dines perguntou se a politização da imprensa espanhola dificulta a gestão das empresas jornalísticas. Carlos Yarnoz Garayoz, subdiretor do El País, ressaltou que a mídia na Espanha, historicamente, sempre esteve politizada.
"Na realidade, a própria sociedade é plural, os meios são plurais, nós jornalistas somos plurais também na hora de enfocar todas as coisas", disse. Para Garayoz, o problema não é a diversidade de enfoques, mas sim o sectarismo que pode acarretar perda de credibilidade.
"Não pode dar razão sempre ao mesmo ou tirar a razão sempre do mesmo", ponderou. Para Garayoz, este é um dos problemas mais graves que a mídia na Espanha enfrenta atualmente.
Olhar para a América Latina
El País conta com 17 correspondentes internacionais, um deles baseado na América Latina. "Recebemos uma demanda permanente para que prestemos mais atenção ao que acontece na América Latina", contou Garayoz.
Dines perguntou como o jornal consegue conciliar em uma única edição latino-americana países com problemas tão diversificados. "Nós não pretendemos ser especialistas no que acontece na Venezuela, especialistas no que acontece no Brasil, especialistas no que acontece na Argentina. Da mesma maneira que não pretendemos, aqui na Espanha – insisto, salvando as diferenças – ser grandes especialistas na política local, regional, na Andaluzia, na Catalunha. Nós somos um jornal de fala hispânica, somos um jornal nacional no sentido amplo da palavra ‘nacional’. O que nós, de alguma maneira ‘vendemos’ é a visão da Espanha", explicou.
Ariel Palácios, correspondente do Estado de S.Paulo e da Globonews baseado em Buenos Aires, contou que El País exerce grande influência entre os profissionais de imprensa na Argentina. É respeitado e temido pelos políticos, que sabem que uma crítica do El País não será lida somente na Espanha, mas em toda a Europa e no restante da América Latina.
O Observatório também mostrou a opinião de Ricardo Setti, colunista da Veja Online, que viveu um longo período na Espanha e constantemente passa uma temporada naquele país. Setti avalia que El País ainda é um bom jornal, no entanto tem apresentado deficiências. Como pontos positivos, ele destacou a edição de domingo, os articulistas e a revista dominical.
"No dia-a-dia, ele está se tornando um pouco burocrático. Não tem o ‘chip’ de memória das matérias. As matérias são feitas como se o leitor já soubesse do assunto, não tem os antecedentes", disse. O jornalista criticou a cobertura internacional do diário. Para Setti, El País não é mais uma referência em jornalismo.
A imprensa de amanhã
Outro ponto tratado na entrevista de Dines com Carlos Yarnoz Garayoz foi o futuro do jornalismo. "O futuro do jornalismo é o futuro do bom jornalismo. O que tem sido sempre. Obviamente, na medida em que o jornalista se preocupe em contar aquilo que as instituições e que os poderes não querem que se saiba e que, além do mais, interprete bem, contextualize bem e estude bem todas as questões que nos afetam e sobre as quais escrevemos – e, portanto, contribua com qualidade. Conteúdos e qualidade. Na medida em que façamos isso bem, esse é o nosso futuro. Como foi nosso bom passado e sempre será. Isso é jornalismo", disse Garayoz.
Para Garayoz, o jornalismo passou por distintas fases baseadas em diferentes atores condicionantes, entre eles os avanços tecnológicos. "Agora estamos vendo a grande explosão da digitalização, internet, das webs. Alguns avanços nos quais, a propósito, estamos ainda na Idade da Pedra, na Idade do Bronze. Isto acaba de começar. E isto nos tem levado a quê? Tem nos levado a uma crise não do jornalismo, mas do modelo de negócio", afirmou.
Se esse modelo está em crise, na visão de Garayoz, outros podem surgir: "Nossos clientes, nossos leitores, são muitos mais do que antes. Antes, no El País, os contávamos por centenas de milhares, agora os contamos por milhões".
Dines também conversou com Luis Prados de La Escosura, editor de Internacional do El País, sobre a ascensão de partidos de extrema-direita na Europa. O editor explicou que o diário defende o Estado de Direito e Estado de Bem-Estar Social. "Somos editorialmente inflexíveis com os abusos em direitos humanos", ressaltou.
Um exemplo desta postura foi a forte crítica do jornal à expulsão de ciganos pelo governo francês em 2010. "O que estamos vivendo nesses dois anos de crise financeira global é que o medo das classes médias aumenta na proporção direta do cinismo das elites", avaliou.
Escosura comentou que em muitos países há correntes de uma "xenofobia populista muito perigosa" que alcançaram resultados eleitorais expressivos. El País registrou. E criticou.
FIM
Extraído do Observatório da Imprensa
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=629IMQ008
O terceiro episódio da série do Observatório da Imprensa gravada na Espanha teve como tema um dos jornais mais importantes do mundo, o El País. O programa, exibido na terça-feira (15/2) pela TV Brasil, entrevistou profissionais que trabalham no diário espanhol e mostrou as opiniões de jornalistas brasileiros.
Criado por um grupo de empresários e jornalistas em maio de 1976, após a morte do ditador Francisco Franco, El País hoje é um dos símbolos da Espanha moderna. Marco da transição para a democracia, o diário de centro-esquerda desde os primeiros números se pautou pela defesa das liberdades e o apoio às mudanças políticas e sociais na Espanha pós-Franco. Atualmente, a tiragem média diária do jornal gira em torno de 390 mil exemplares, é distribuído em diversos países e conta com um time de colunistas de primeira linha.
Na abertura do programa, Alberto Dines comentou que o El País é um jornal relativamente jovem que conseguiu imprimir uma grande harmonia da primeira à última página. "Tudo tem uma coerência. Qual é a química que fez este processo?", perguntou a Javier Moreno, diretor de Redação do jornal há cinco anos. Na avaliação de Moreno, a redação é a principal responsável por este entrosamento: os jornalistas baseados na sede e nas diversas sucursais espalhadas pelo país, os escritores, analistas e intelectuais na Espanha e na América Latina envolvidos nesta "aventura" jornalística.
"Um jornal não é o papel, um jornal não são as fotos, um jornal não é nada além da Redação – o grupo de jornalistas que compõe o núcleo intelectual de uma máquina de produzir informação como é um jornal. E é um grupo que compartilha um olhar com a sociedade a que se dirige", disse.
Este olhar não é estático, se renova a cada mudança na História. Ao longo desses 34 anos, a direção e o corpo de jornalistas transmitem a cultura e os valores da publicação às novas gerações que chegam ao jornal. "Manter esta continuidade, esta cultura, é muito importante", disse o diretor do diário.
Parte das normas está escrita no Manual de Redação e no Livro de Estilo, enquanto outras são "assumidas pelo coletivo" e transmitidas aos iniciantes por pequenos sinais. Um deles é a frase "Isto não é El País", dita aos mais jovens quando estes produzem algum material dissonante da linha do jornal.
Javier Moreno lembrou a resposta que o escritor norte-americano Henry Miller dava a quem perguntava o que era um bom jornal: "Um bom jornal é a nação dialogando consigo mesma".
Politizado e independente
Moreno disse que a linha editorial do jornal tem coincidido com as propostas de centro-esquerda, mas sublinhou que El País não é uma publicação partidária. "O jornal não só dá vez aos intelectuais, aos pensadores e aos escritores das mais variadas ideologias, como também tem defendido sempre um modelo de progresso e de modernidade para a Espanha, que eu acho que tem ido à frente da própria sociedade espanhola", destacou.
Moreno explicou que o projeto do jornal é autônomo e inclui outros elementos além da política, como uma visão humanista e um olhar amplo sobre o papel da cultura no progresso da sociedade.
Dines comentou que, em seu ponto de vista, a solução para a empresa jornalística moderna é ser mais completa do que produzir apenas um produto impresso ou da web. É produzir idéias.
Moreno completou que o jornalista não pode se limitar apenas a reproduzir os fatos. "Por isso, El País sempre conferiu tanta importância à cultura. Sempre abriu suas páginas específicas no diário e em suplementos como ‘Babelia’ aos escritores, aos intelectuais, à reflexão, à ação no mundo do espanhol.
E isso, naturalmente, e desde o princípio, tem significado Espanha e tem significado América Latina. Os principais escritores latino-americanos, desde Vargas Llosa a García Márquez, todos foram jornalistas e todos eles escreveram no El País. El País sempre foi, para eles, a porta aberta às sociedades de ambos os lados do Atlântico", afirmou.
Moreno explicou que El País considera o jornalismo como um ofício e, por isso, defende a formação de cinco anos em ensino superior. "É um ofício que se aprende com seu exercício e, a partir dessa convicção e da comprovação empírica de que as universidades espanholas há 25 anos não proporcionavam a suficiente qualidade aos estudos de jornalismo, decidimos fundar uma escola própria de jornalismo em colaboração com a Universidade Autônoma de Madri", disse Moreno.
A universidade funciona dentro das instalações do jornal e os professores do curso não são teóricos do jornalismo, mas os próprios jornalistas do El País. "Os alunos trabalham com o material que circula nas redações do El País em tempo real e elaboram produtos jornalísticos – jornais, programas de rádio, revistas – em tempo real, com o material próprio e das agências de que dispõe o jornal. E, naturalmente, lá se aprende não só algumas técnicas, não somente o ofício. Se aprende valores, uma maneira de abordar o ofício, e uma maneira de olhar para a sociedade", disse.
Referência na transição
Alfredo Relaño Estapé, diretor do diário esportivo ÁS, também editado pelo Grupo Prisa, destacou que El País "tomou para si" o papel de explicar à sociedade valores que vieram à tona após o fim do regime franquista.
"Não sabíamos se era bom ou não divorciar-se, se podíamos publicar livros em catalão, se podiam existir comunistas, se eram demônios. Era quase um manual de instruções para a democracia", lembrou. Em tom de brincadeira, recordou que algumas pessoas liam os editoriais do El País para descobrir o que pensar sobre determinado assunto. Estapé avalia que a influência que o jornal alcançou naquele período "foi enorme".
Cerca de um ano após o lançamento, El País viveu uma situação inusitada. Um grupo terrorista de esquerda seqüestrou um grande financista e um general e usava o jornal para comunicar-se com a polícia. Os seqüestradores deixavam mensagens em locais públicos e avisavam à redação.
Relaño Estapé contou que a situação tornou-se insustentável para o então diretor do jornal, Juan Luis Cebrián, hoje CEO do Grupo Prisa. "A Guarda Civil revistou a casa dele porque pensava que era o próprio diretor do El País que os tinha sequestrado e que, como em um filme americano, tinha feito isso para aumentar as vendas", lembrou.
Dines perguntou se a politização da imprensa espanhola dificulta a gestão das empresas jornalísticas. Carlos Yarnoz Garayoz, subdiretor do El País, ressaltou que a mídia na Espanha, historicamente, sempre esteve politizada.
"Na realidade, a própria sociedade é plural, os meios são plurais, nós jornalistas somos plurais também na hora de enfocar todas as coisas", disse. Para Garayoz, o problema não é a diversidade de enfoques, mas sim o sectarismo que pode acarretar perda de credibilidade.
"Não pode dar razão sempre ao mesmo ou tirar a razão sempre do mesmo", ponderou. Para Garayoz, este é um dos problemas mais graves que a mídia na Espanha enfrenta atualmente.
Olhar para a América Latina
El País conta com 17 correspondentes internacionais, um deles baseado na América Latina. "Recebemos uma demanda permanente para que prestemos mais atenção ao que acontece na América Latina", contou Garayoz.
Dines perguntou como o jornal consegue conciliar em uma única edição latino-americana países com problemas tão diversificados. "Nós não pretendemos ser especialistas no que acontece na Venezuela, especialistas no que acontece no Brasil, especialistas no que acontece na Argentina. Da mesma maneira que não pretendemos, aqui na Espanha – insisto, salvando as diferenças – ser grandes especialistas na política local, regional, na Andaluzia, na Catalunha. Nós somos um jornal de fala hispânica, somos um jornal nacional no sentido amplo da palavra ‘nacional’. O que nós, de alguma maneira ‘vendemos’ é a visão da Espanha", explicou.
Ariel Palácios, correspondente do Estado de S.Paulo e da Globonews baseado em Buenos Aires, contou que El País exerce grande influência entre os profissionais de imprensa na Argentina. É respeitado e temido pelos políticos, que sabem que uma crítica do El País não será lida somente na Espanha, mas em toda a Europa e no restante da América Latina.
O Observatório também mostrou a opinião de Ricardo Setti, colunista da Veja Online, que viveu um longo período na Espanha e constantemente passa uma temporada naquele país. Setti avalia que El País ainda é um bom jornal, no entanto tem apresentado deficiências. Como pontos positivos, ele destacou a edição de domingo, os articulistas e a revista dominical.
"No dia-a-dia, ele está se tornando um pouco burocrático. Não tem o ‘chip’ de memória das matérias. As matérias são feitas como se o leitor já soubesse do assunto, não tem os antecedentes", disse. O jornalista criticou a cobertura internacional do diário. Para Setti, El País não é mais uma referência em jornalismo.
A imprensa de amanhã
Outro ponto tratado na entrevista de Dines com Carlos Yarnoz Garayoz foi o futuro do jornalismo. "O futuro do jornalismo é o futuro do bom jornalismo. O que tem sido sempre. Obviamente, na medida em que o jornalista se preocupe em contar aquilo que as instituições e que os poderes não querem que se saiba e que, além do mais, interprete bem, contextualize bem e estude bem todas as questões que nos afetam e sobre as quais escrevemos – e, portanto, contribua com qualidade. Conteúdos e qualidade. Na medida em que façamos isso bem, esse é o nosso futuro. Como foi nosso bom passado e sempre será. Isso é jornalismo", disse Garayoz.
Para Garayoz, o jornalismo passou por distintas fases baseadas em diferentes atores condicionantes, entre eles os avanços tecnológicos. "Agora estamos vendo a grande explosão da digitalização, internet, das webs. Alguns avanços nos quais, a propósito, estamos ainda na Idade da Pedra, na Idade do Bronze. Isto acaba de começar. E isto nos tem levado a quê? Tem nos levado a uma crise não do jornalismo, mas do modelo de negócio", afirmou.
Se esse modelo está em crise, na visão de Garayoz, outros podem surgir: "Nossos clientes, nossos leitores, são muitos mais do que antes. Antes, no El País, os contávamos por centenas de milhares, agora os contamos por milhões".
Dines também conversou com Luis Prados de La Escosura, editor de Internacional do El País, sobre a ascensão de partidos de extrema-direita na Europa. O editor explicou que o diário defende o Estado de Direito e Estado de Bem-Estar Social. "Somos editorialmente inflexíveis com os abusos em direitos humanos", ressaltou.
Um exemplo desta postura foi a forte crítica do jornal à expulsão de ciganos pelo governo francês em 2010. "O que estamos vivendo nesses dois anos de crise financeira global é que o medo das classes médias aumenta na proporção direta do cinismo das elites", avaliou.
Escosura comentou que em muitos países há correntes de uma "xenofobia populista muito perigosa" que alcançaram resultados eleitorais expressivos. El País registrou. E criticou.
FIM
Extraído do Observatório da Imprensa
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=629IMQ008
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Uma mentira brasileira
Por Márcio Carlomagno
PORTO – Um dos maiores logros que já se cometeu na história brasileira é, muito provavelmente, o que se refere à privatização das companhias telefônicas ocorrida no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A grande mentira não está apenas em supostas fraudes no processo licitatório ou congêneres. Está, principalmente, nos resultados que supostamente foram alcançados.
O marketing do PSDB conseguiu eficientemente passar uma mensagem, repetida mil vezes como Goebbels nos ensina, que “a privatização foi um sucesso pois hoje todos têm um celular. O celular é o instrumento do trabalhador”. Essa mensagem é percebida como verdadeira, de forma geral pela população, e aí está o engano.
É certo que todos têm um celular, mas de que adiantar ter um aparelho e não poder efetuar ligações? O mercado das telefônicas brasileiras é dominado por poucos grupos, econômicos que fingem concorrer por preços uns mais baixos que outros, mas que na verdade estabelecem as tarifas como desejam. Aqui há que se frisar: as tarifas telefônicas de celular no Brasil são as mais caras do mundo!!!
E por que venho ao tema agora? Estou em Portugal. Ganhei um chip de celular daqui e descobri suas tarifas. De um celular pré-pago, tal qual eu tinha no Brasil, eu efetuei uma ligação internacional para o Brasil, para falar com minha família.
Tente adivinhar o preço da ligação? Uma ligação internacional a partir de um celular. Construa uma imagem na cabeça, antes de continuar o texto.
Certamente deve ter pensado um valor bem alto! Eu também pensava assim, tendo o Brasil como base. Sabe o custo da ligação internacional a partir de um celular? 6 centavos de Euro ao minutos!
Sim, você leu certo, não são 6 euros, mas € 0,06 (seis centavos)! Isso dá em torno de 15 centavos de Real, por minuto, do celular, numa ligação internacional!!!
Quando eu tinha meu celular Tim no Brasil, com tarifas superiores a um real por minuto, raramente fazia ligações; agora, estando em outro país, é ainda mais fácil ligar para meus amigos.
Você ainda acha um sucesso os celulares no Brasil?
FIM
PORTO – Um dos maiores logros que já se cometeu na história brasileira é, muito provavelmente, o que se refere à privatização das companhias telefônicas ocorrida no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A grande mentira não está apenas em supostas fraudes no processo licitatório ou congêneres. Está, principalmente, nos resultados que supostamente foram alcançados.
O marketing do PSDB conseguiu eficientemente passar uma mensagem, repetida mil vezes como Goebbels nos ensina, que “a privatização foi um sucesso pois hoje todos têm um celular. O celular é o instrumento do trabalhador”. Essa mensagem é percebida como verdadeira, de forma geral pela população, e aí está o engano.
É certo que todos têm um celular, mas de que adiantar ter um aparelho e não poder efetuar ligações? O mercado das telefônicas brasileiras é dominado por poucos grupos, econômicos que fingem concorrer por preços uns mais baixos que outros, mas que na verdade estabelecem as tarifas como desejam. Aqui há que se frisar: as tarifas telefônicas de celular no Brasil são as mais caras do mundo!!!
E por que venho ao tema agora? Estou em Portugal. Ganhei um chip de celular daqui e descobri suas tarifas. De um celular pré-pago, tal qual eu tinha no Brasil, eu efetuei uma ligação internacional para o Brasil, para falar com minha família.
Tente adivinhar o preço da ligação? Uma ligação internacional a partir de um celular. Construa uma imagem na cabeça, antes de continuar o texto.
Certamente deve ter pensado um valor bem alto! Eu também pensava assim, tendo o Brasil como base. Sabe o custo da ligação internacional a partir de um celular? 6 centavos de Euro ao minutos!
Sim, você leu certo, não são 6 euros, mas € 0,06 (seis centavos)! Isso dá em torno de 15 centavos de Real, por minuto, do celular, numa ligação internacional!!!
Quando eu tinha meu celular Tim no Brasil, com tarifas superiores a um real por minuto, raramente fazia ligações; agora, estando em outro país, é ainda mais fácil ligar para meus amigos.
Você ainda acha um sucesso os celulares no Brasil?
FIM
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Silvio Berlusconi the focus of day of protests by Italian women
Thousands join marches for respect and values in country with gender gap worse than Kazakhstan's
John Hooper in Rome
guardian.co.uk, Sunday 13 February 2011 19.21 GMT
Geppi Calcara, a Sicilian archivist, was there with her friend and 11-year-old daughter "because we're tired of our children living in a society of non-values", she said. "We find it really difficult to bring up our children with the values they're learning."
Behind her, the Piazza del Popolo in Rome was filling up with tens of thousands of women, and many men who had arrived with their wives or girlfriends.
"There are lots of us," said Calcara. "But we're not visible. The privately-owned TV channels, which belong to [Silvio] Berlusconi, and all but one of the [state-owned] RAI channels, manipulate the news. So people know nothing, or only half, of what is happening."
On Sunday, Italians dismayed by the prime minister and his antics got a chance to show their feelings in a way that even his television network will find difficult to ignore. Thousands of them assembled in piazzas from the foothills of the Alps to the tip of Sicily and in cities from Auckland to Zurich.
"We're more than a million across the world," the actor Angela Finocchiaro told the crowd in the Piazza del Popolo. And though that claim may be disputed, there was plenty of evidence to suggest the numbers ran to several hundreds of thousands.
The posters for the demonstration proclaimed it was being held in support of "a country that respects women". That the need should be felt for such a protest in Europe, 11 years into the 21st century and several decades after Italy spawned one of the continent's most lively feminist movements is, in part at least, evidence of the impact of Berlusconi and his media empire. Last week, the 74-year-old prime minister learned that prosecutors had asked for his indictment on charges of paying an underage sex worker and abusing his official position when she was arrested. He denies any wrongdoing.
His Mediaset network has for years thrived on supplying the public with schedules that are long on glitzy variety programmes and quiz shows that feature so-called veline – young, pretty women in scanty costumes whose most demanding duty in most cases is to hold up a score card.
But RAI too uses veline, and both networks reflect attitudes in society as much as create them. The posters for the demonstration were printed on a pink background without anyone apparently thinking that was patronising.
Unlike Spain, Italy has not been altered by the change in relations between the sexes, so the words for positions of authority – chief, minister, lawyer and so on – have no have feminine forms.
According to the World Economic Forum's latest global gender gap report, Italy ranked 74th out of 134 countries surveyed — 33 places below Kazakhstan. It scored particularly badly on economic participation and opportunity. Less than half of Italian women have a job and the notion that they should not return to paid work after having a child is still widespread.
Leaked documents from the inquiry into Berlusconi's private life are shot through with indications that aspiring showgirls in Italy are expected to give sexual favours. One claims to have been told by a talent scout who is close to the prime minister that she will have to make "sacrifices" if she wants to get ahead.
Romanian-born Liliana Popa, who married an Italian and teaches French at a Rome school, said she had come to the demonstration to protest at "the spread of a warped idea of relations between men and women. I want a society in which women are judged on merit and not on their degree of availability to men."
Other protesters had a simpler agenda. Carola D'Angelo, a sports events organiser, said: "I'm fed up with this government."
John Hooper in Rome
guardian.co.uk, Sunday 13 February 2011 19.21 GMT
Geppi Calcara, a Sicilian archivist, was there with her friend and 11-year-old daughter "because we're tired of our children living in a society of non-values", she said. "We find it really difficult to bring up our children with the values they're learning."
Behind her, the Piazza del Popolo in Rome was filling up with tens of thousands of women, and many men who had arrived with their wives or girlfriends.
"There are lots of us," said Calcara. "But we're not visible. The privately-owned TV channels, which belong to [Silvio] Berlusconi, and all but one of the [state-owned] RAI channels, manipulate the news. So people know nothing, or only half, of what is happening."
On Sunday, Italians dismayed by the prime minister and his antics got a chance to show their feelings in a way that even his television network will find difficult to ignore. Thousands of them assembled in piazzas from the foothills of the Alps to the tip of Sicily and in cities from Auckland to Zurich.
"We're more than a million across the world," the actor Angela Finocchiaro told the crowd in the Piazza del Popolo. And though that claim may be disputed, there was plenty of evidence to suggest the numbers ran to several hundreds of thousands.
The posters for the demonstration proclaimed it was being held in support of "a country that respects women". That the need should be felt for such a protest in Europe, 11 years into the 21st century and several decades after Italy spawned one of the continent's most lively feminist movements is, in part at least, evidence of the impact of Berlusconi and his media empire. Last week, the 74-year-old prime minister learned that prosecutors had asked for his indictment on charges of paying an underage sex worker and abusing his official position when she was arrested. He denies any wrongdoing.
His Mediaset network has for years thrived on supplying the public with schedules that are long on glitzy variety programmes and quiz shows that feature so-called veline – young, pretty women in scanty costumes whose most demanding duty in most cases is to hold up a score card.
But RAI too uses veline, and both networks reflect attitudes in society as much as create them. The posters for the demonstration were printed on a pink background without anyone apparently thinking that was patronising.
Unlike Spain, Italy has not been altered by the change in relations between the sexes, so the words for positions of authority – chief, minister, lawyer and so on – have no have feminine forms.
According to the World Economic Forum's latest global gender gap report, Italy ranked 74th out of 134 countries surveyed — 33 places below Kazakhstan. It scored particularly badly on economic participation and opportunity. Less than half of Italian women have a job and the notion that they should not return to paid work after having a child is still widespread.
Leaked documents from the inquiry into Berlusconi's private life are shot through with indications that aspiring showgirls in Italy are expected to give sexual favours. One claims to have been told by a talent scout who is close to the prime minister that she will have to make "sacrifices" if she wants to get ahead.
Romanian-born Liliana Popa, who married an Italian and teaches French at a Rome school, said she had come to the demonstration to protest at "the spread of a warped idea of relations between men and women. I want a society in which women are judged on merit and not on their degree of availability to men."
Other protesters had a simpler agenda. Carola D'Angelo, a sports events organiser, said: "I'm fed up with this government."
sábado, 12 de fevereiro de 2011
FURANDO O BLOQUEIO DA MÍDIA
Por Ivo Pugnaloni
Se Você conhece alguém que ainda não acredita que a mídia mundial é controlada por algo (ou alguém) que busca diariamente controlar o máximo de mentes, no mundo todo, tenho uma boa notícia para Você.
No final desse texto, você encontrará uma prova material para enviar a essa pessoa, que mostra de forma indiscutível não só a força desse controle como sua aparente localização.
Refiro-me ao fenômeno de massas que está ocorrendo na Inglaterra há quase um ano e que já levou quase 1 milhão de pessoas a manifestarem-se nas ruas, em frente ao Parlamento, no metrô e em dezenas de lojas de grandes cadeias, nas maiores cidades do país.
A razão é o corte de gastos na educação, na saúde e em todos os gastos sociais anunciado pelo governo conservador do primeiro-ministro David Cameron.
Um corte de 80 bilhões de libras, o maior desde os tempos da Segunda Guerra Mundial e que levou o custo das mensalidades escolares a quintuplicarem!
Organizadas por jovens através da internet essas mobilizações-relâmpago, conhecidas como “flash-mobs”, foram violentamente reprimidas e são escondidas pela mídia brasileira e mundial.
Responda rápido : você já tinha ouvido falar em manifestações de multidões na Inglaterra contra o governo conservador na TV?
E no rádio, na CBN ou na Band, emissoras que todos os dias tem “correspondentes na Europa” falando direto?
E nos jornais?
Por que será que da Inglaterra (e dos Estados Unidos), não podemos saber o que se passa, como o povo realmente vive, nem muito menos ver imagens de descontentamento, por maiores ou menores que sejam?
Aliás, por falar nisso: você já tinha ouvido falar de David Cameron?
Você sabia que o Tony Blair tinha saído e entrado esse Cameron no lugar dele?
Não tinha ouvido? Engraçado,né? Porque será? Será porque o povo da Inglaterra já o odeia, com menos de um ano de mandato e ele é o “queridinho da Mídia”?
Leia a matéria vinda de Londres, da Agencia Carta Maior, e saiba que agora no dia 26 de março de 2011, os manifestantes programam fazer uma grande manifestação na capital inglesa, para todo o mundo saber.
Vamos ver se a mídia brasileira, tão atenta ao que acontece no Egito, na Tunísia, na Síria e no Irã, vai deixar que você saiba que lá na Inglaterra, o povo também não está nada contente com os “conservadores”, com aqueles que “economizam no social” mas que nada mais fazem do que cortar o orçamento público para socorrer bancos que quebraram devido às falcatruas que articularam, sob as barbas e “fiscalização”desses governos.
Vamos ver o que nossa mídia, que nunca antes das manifestações recentes tinha-nos dito que Mubarak era um ditador, mas sim “um sólido aliado dos Estados Unidos e de Israel no Oriente Médio”, vai nos dizer da Inglaterra, agora.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17369
E não se esqueça de mandar aos seus amigos, também estes links, de alguns dos muitos sites e blogs pessoais que no Brasil, procuram furar o bloqueio da mídia “controlada-à-distância” em nosso país:
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm
http://midiacrucis.wordpress.com/
http://pagina13.org.br/
http://eduardoguimaraes.com.br/
http://www.conversaafiada.com.br/
http://diplomatique.uol.com.br/
http://www.viomundo.com.br/
http://blogdoonipresente.blogspot.com/
http://www.calameo.com/books/000532611a6672e5f180c
http://www.vermelho.org.br/
http://nogueirajr.blogspot.com/
http://altamiroborges.blogspot.com/
http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/
http://www.rodrigovianna.com.br/
http://www.revistaforum.com.br/
http://www.advivo.com.br/luisnassif/
http://esquerdopata.blogspot.com/
http://anaispoliticos.blogspot.com/
http://www.tijolaco.com/
http://cloacanews.blogspot.com/
http://cloacanews.blogspot.com/
http://search.deviantart.com/?q=gallery:Latuff2/22821988§ion=
http://glaucocortez.com/
http://caouivador.wordpress.com/
http://celeuma.blogdrive.com/
http://ferreirodapolitica.blogspot.com/
http://armarinhodapolitica.blogspot.com/
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
http://www.fazendomedia.com/
http://www.horadopovo.com.br/
http://esmaelmorais.com.br/
http://brasilmostraatuacara.blogspot.com/
http://blogdeumsem-mdia.blogspot.com/
http://saraiva13.blogspot.com/
http://blogoleone.blogspot.com/
http://contextolivre.blogspot.com/
http://festivaldebesteirasnaimprensa.wordpress.com/
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm
http://pagina13.org.br/
http://eduardoguimaraes.com.br/
http://www.conversaafiada.com.br/
http://diplomatique.uol.com.br/
http://www.viomundo.com.br/
http://blogdoonipresente.blogspot.com/
http://www.calameo.com/books/000532611a6672e5f180c
http://www.vermelho.org.br/
http://nogueirajr.blogspot.com/
http://altamiroborges.blogspot.com/
http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/
http://www.rodrigovianna.com.br/
http://www.revistaforum.com.br/
http://www.advivo.com.br/luisnassif/
http://esquerdopata.blogspot.com/
http://anaispoliticos.blogspot.com/
http://www.tijolaco.com/
http://cloacanews.blogspot.com/
http://cloacanews.blogspot.com/
http://search.deviantart.com/?q=gallery:Latuff2/22821988§ion=
http://glaucocortez.com/
http://caouivador.wordpress.com/
http://celeuma.blogdrive.com/
FIM
II Fórum Mundial de Mídia Alternativa será em 2012
Por Sérgio Bertoni, de Dakar, Senegal
Reunidos durante a “Assembleia Pelos Direitos à Comunicação”, centenas de participantes do Fórum Social Mundial de Dakar, discutiram o contexto das comunicações e constataram que em todo mundo a Liberdade de Expressão é nula, travada ou reprimida e que o acesso à informação de qualidade é dificultado por podereosos interesses políticos e econômicos e por monopólios da indústria da comunicação.
Notou-se que há um crescente descrédito por parte da população em relação às notícias veiculadas pela velha mídia e, ao mesmo tempo, constatou-se um crescimento da conscientização e da capacidade dos próprios cidadãos em produzir e distribuir conteúdos que favorecem a dissiminação de informação de qualidade e em defesa da justiça social.
Os participantes da Assembleia aprovaram um declaração onde se destacam o apoio e o incentivo aos meios de comunicação alternativos, a luta por leis e regulamentações que garantam o direito à comunicação e à informação e permitam o desenvolvimento dos meios alternativos.
Os participantes da Assembleia declararam ainda que trabalharão para criar sinergias entre todos os atores da transformação social, para promover o acesso e apropriação dos meios de comunicação e das Tecnologias da Informação e da Comunicação por parte dos cidadãos e apoiar o desenvolvimento e fortalecimento dos meios de comunicação comunitários e alternativos.
A Assembléia discutiu também a realização do II Fórum Mundial de Mídia Alternativa que acontecerá em 2012, no Rio de Janeiro, dois dias antes da Rio+20, a Conferência Mundial promovida pela ONU para discutir as mudanças climáticas.
A blogosfera progressista brasileira, a partir de agora, tem diante de si mais um novo desafio, ou seja, participar do processo de organização do II Fórum Mundial de Mídia Alternativa que ocorrerá em nosso país.
Os participantes da Assembleia também se solidarizaram com as lutas dos povos tunisiano e egípcio e condenaram todo o tipo de censura e repressão contra os cidadãos e produtores de conteúdo informativo.
O texto final da declaração será publicado em breve nos sítios do Fórum Social Mundial e poderá ser reproduzido livremente por todas as pessoas e organizações que defendem a Liberdade de Expressão e uma Outra Mídia Possível.
Enviada por Sérgio Bertoni, às 21:03 11/02/2011, de Dakar, Senegal
FIM
Extraído do TIE-Brasil:
http://www.tie-brasil.org/noticias.php
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